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O Perigo do Animal Silvestre como Pet:
Transmissão de Doenças

Por Angela Maria Branco

Médica Veterinária Especialista em Saúde Pública e em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo.
Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura
Municipal de São Paulo.
Conselheira Técnica da RENCTAS.

 

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Há pelo menos cinco boas razões para que não compremos animais silvestres: a ilegalidade, o estímulo ao tráfico, a perda da biodiversidade, os maus tratos ao animal, e o risco de transmissão de doenças.

Quando mencionamos as doenças infecciosas transmissíveis naturalmente entre os animais vertebrados e o homem, e vice-versa, estamos falando das zoonoses. Estas são as mais estudadas, tendo em vista o risco que representam para a população humana. No país encontramos nas principais cidades os Centros de Controle de Zoonoses que, normalmente, têm sua atuação voltada à prática no controle das zoonoses que envolvem animais domésticos como cães e gatos, e sinantrópicos como roedores e insetos, a exemplo da raiva, leptospirose e leishmaniose.

No que tange os animais silvestres merece destaque os trabalhos realizados com os morcegos, devido a sua importância na transmissão da raiva, doença letal, que, quando não tratada a tempo pode atingir qualquer mamífero, inclusive o homem.

Sendo a raiva uma doença para a qual não existe tratamento após o aparecimento dos sintomas, todos os esforços estão voltados à sua prevenção e controle.

Com relação às doenças que acometem outros animais silvestres como os primatas, araras, papagaios, pássaros, jabotis e cobras, normalmente encontrados domiciliados, há pouco conhecimento e nenhuma atuação.

Lembramos que a maioria dos animais silvestres comprada no comércio ilegal foi recentemente tirada da natureza. Mesmo sem apresentarem sinais aparentes de doenças, não significa que estão sadios, mas, podem estar em fase de incubação ou serem portadores de alguma enfermidade.

Considerando que boa parte dos animais vem a óbito após a compra e não são encaminhados para necropsia, exame que poderia esclarecer a causa da morte, dificilmente se pode afirmar que essa não se deu por motivo de doença contagiosa, ainda que, para cães, gatos, eqüino e o próprio homem.

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